Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou há pouco, ementrevista após a cerimônia regiliosa do Dia de Recordação das Vítimasdo Holocausto, na sede da Congregação Israelita Paulista, em São Paulo,que "neste momento da história da humanidade, nós não podemosficar discutindo, como querem alguns, se houve ou não Holocausto". E acrescentou: "O que nós precisamos dizer, claramente, é que nósnão queremos mais holocausto no século 21 nem no século 22. Daíporque eu virei, todo ano, enquanto convidado, participar deste dia dehomenagem às vítimas do Holocausto". Ao encerrar seu discurso durante a solenidade, segundo a Secretariade Imprensa e Porta-Voz da Presidência da República, Lula haviaafirmado que "ainda que tivesse sido apenas um judeu vítima doHolocausto, nós não deveríamos estar rediscutindo a história". E sugerido: "Deveríamos assumir o compromisso, enquanto cidadãosdefensores dos direitos humanos, cidadãos defensores da democracia ecidadãos defensores da convivência democrática na adversidade, de dizerao mundo, no século 21, ao invés de discutir se houve ou não Holocaustono século 20, nós temos que afirmar, em alto e bom som, que nunca maishaverá Holocausto na face do nosso planeta". Segundo o presidente, no discurso, "cada vez que rendemos homenagemàs vítimas do Holocausto, estamos ampliando as forças para impedir queesses horrores se repitam". Lula garantiu que "a comunidade judaica, toda e qualquer comunidade,grupo étnico ou religioso, tem total garantia do nosso governo". Elembrou que duas Secretarias Especiais, com status de Ministério,ligadas à Presidência da República, "têm sua atuação principal voltadapara a defesa dos direitos humanos e a promoção da igualdade racial". O presidente destacou também: "Nosso país tem boas leis. O racismo eo anti-semitismo são crimes inafiançáveis. Mas éclaro que a lei não ésuficiente para impedir o aparecimento de anti-semitas, racistas,intolerantes e preconceituosos. A lei nos dá, sim, a garantiade poderpuni-los". Por isso, acrescentou, "é fundamentala formação de um escudo deproteção contra esses crimes, formado pelas instituições, práticas eorganizações democráticas da nossa sociedade". Segundo Lula, o governovem se empenhando para fortalecer esse escudo: "A sociedade temque estar preparada para corrigir as eventuais falhas do nosso governo".O presidente anunciou ainda, em entrevista após a solenidade, que na segunda-feira (5) pretende "conversar com o Aldo [Rebelo (PCdoB-SP), ex-presidente da Câmara dos Deputados], vou conversar com o Arlindo [Chinaglia (PT-SP), presidente eleito da Câmara dos Deputados], vou conversar com o Renan [Calheiros (PMDB-AL), presidente reeleito do Senado e do Congresso Nacional], porque agora nós precisamos fazer com que a Câmara ajude o governo a cumprir aprogramação que está estabelecida no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]".Lula passará o final de semana em São Paulo, sem compromissos oficiais agendados.