Ana Paula Marra e Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), derrotado na eleição para a Presidência da Câmara pelo candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), disse que recebeu o resultado como uma "deliberação soberana" do plenário. "Respeito a decisão dos deputados. De agora em diante, darei continudade à defesa das idéias que julguei importante para a Casa e para o país. Nós disputamos uma eleição porque tínhamos idéias diferentes sobre o Brasil e o destino da Câmara. Portanto, a partir de agora, respeito a decisão do plenário, mas as idéias que me levaram a disputar a presidência da Câmara, com o apoio de muitos partidos, elas naturalmente não cessam com o fim das eleições", afirmou.O candidato disse que, apesar da derrota, não se sentiu abandonado com o resultado da votação. "Quem teve a votação que eu tive não pode se sentir abandonado. Eu tive grande apoio de parlamentares, é evidente que não tive e nem pedi o apoio do governo", afirmou. E revelou que se sentiu recompensado por ter enfrentado a luta com determinação: "Eu nunca cogitei disputar a presidência da Câmara pensando ou imaginando recompensa. Disputei porque achei que a instituição precisava dessa disputa".  Iindagado sobre um possível racha na base do governo, Aldo Rebelo respondeu: "A base do governo é um problema do governo, não é uma solução que deva ser dada pela Câmara dos Deputados. Acho que é o governo que tem de responder a esse desafio".Sobre a possibilidade de assumir uma vaga no primeiro escalão do governo, afirmou acreditar que "o Congresso, modéstia parte, precisa da minha presença, porque fui eleito pelo povo de São Paulo e ninguém pode recusar o que não lhe foi oferecido". Segundo o deputado, "composição de ministério é atribuição do presidente e do Executivo, e não reivindicação de partido". Aldo Rebelo também disse ter recebido um telefonema do presidente Lula, mas não quis revelar o teor da conversa.