Juliane Sacerdote
Da Agência Brasil
Brasília - A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) afirmaque a política salarial previstano Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) “significa a volta do arrocho salarial que marcou osoito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso”. Em nota pública, aentidade afirma que a categoria “está inconformada” e classifica o pacote demedidas anunciado hoje (22) pelo governo federal como “armadilha para osservidores”.O ponto central da crítica é o teto para os pagamentos do funcionalismo. OPAC limita os gastos com os pagamentos ao valor da taxa de inflação, acrescidade um índice real de 1,5% ao ano. A Condsef se afirma preocupada, “pois osacordos [estabelecidos governo e servidores] podem não ser cumpridos”.Um levantamento feito pelo Ministério do Planejamento em junho de 2006mostra que nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário existe cerca de1,9 milhão de servidores públicos, entre ativos, inativos e pensionistas. Ogasto anual com o salário desses trabalhadores gira em torno de R$ 105 milhões.Só no Executivo federal trabalha mais de 1 milhão de pessoas, que recebem R$ 79milhões.A nota da Condsef levanta ainda a questão dos concursos públicos: “Se não háaumento de folha, o governo vai promover os concursos necessários?”. O textoafirma que “o governo nãopode tratar o serviço público como gasto e sim como investimento” e queos servidores públicos não são “os vilões que impedem o crescimento econômico do país”.A entidade anuncia que, para avaliar os impactos ao bolso do servidor, encomendaráuma pesquisa ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos(Dieese).Representantes dos Ministérios do Planejamento e daPrevidência não foram encontrados para comentar a nota.