Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A obra da estação Pinheiros do metrô de São Paulo é complexa e mesmoque estivesse sendo feita em terreno bom precisaria de cuidadosespeciais. A avaliação é do professor de engenharia civil daUniversidade de Brasília (UnB) e especialista em estrutura deconstruções, Dickran Berberian.“Ainda que fosse uma obra simplesnaquele terreno também exigiria cuidados especiais. Somando os doiselementos, obra complexa e terreno ruim, exigiria cuidados redobrados euma observação sobre a possibilidade de danos”, disse em entrevista à Rádio Nacional. Segundo oespecialista o contrato de “porteira fechada”, como está sendo chamadoo contrato da obra em que a realização e a fiscalização são feitas pelopróprio consórcio construtor. Ele afirmou que embora as construtorasque fazem obras de Metrô sejam consideradas de boa qualidade, este tipode contrato não pode ser feito desta maneira. “Esse contrato deporteira fechada não é recomendável nem para boas construtoras. Umgrupo de cabeças não pode assumir simultaneamente o projeto, a execuçãoe a fiscalização. Isso não é normal em obras nem desse porte. Obrasmuito menores exigem um projetista, um construtor e um fiscalindependentes. Não é que porque se pressupõe que a construtora ou oprojetista seja ruim. É que três cabeças pensam muito melhor que uma.Se alguém cometer uma falha outros dois verão”, disse.Para oprofessor, o governo federal deveria implementar uma política geralpara o país que regulasse a atuação de construtoras em obras públicas.