Consórcio diz que remove hoje grua em cratera do metrô paulista

22/01/2007 - 0h42

Renato Brandão
Da Agência Brasil
São Paulo - Foram retomados na manhã de hoje (22) os trabalhos de desmontagem e retirada da grua que está na cratera aberta pelo desmoronamento das obras da Linha 4 do Metrô de São Paulo, no bairro de Pinheiros (zona oeste da capital paulista). O acidente deixou pelo menos seis mortos.

Segundo a assessoria de imprensa do Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras, os trabalhos podem ser encerrados ainda hoje.

A grua é uma estrutura metálica de 120 toneladas e 40 metros de altura que era usada no transporte de cargas. O desmonte do equipamento foi reiniciado às 7 horas, depois de uma interrupção de onze horas. Às 10h45, foi retirada a cabine de comando (cujo peso é de 19 toneladas), que ficava na torre vertical da grua. É preciso, ainda, remover dois módulos, um de 21 toneladas e outro de 8 toneladas.  

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) liberou uma das três pistas da marginal Pinheiros (sentido Interlagos-Castelo Branco) para a circulação de veículos. No final de semana, as três pistas ficaram bloqueadas. De acordo com a assessoria de imprensa da CET, apenas a pista expressa (esquerda) está liberada para o tráfego de veículos. A pista local e central permanecerão interditadas até se conclua a operação de desmonte da grua.

A equipe do Corpo de Bombeiros acompanha os trabalhos de desmonte da grua e, simultaneamente, permanece atenta a qualquer indício de que haja uma sétima vítima sob os escombros.

Anteontem (20), os dois cães farejadores da corporação deram um alarme de odor mais forte em um ponto próximo ao local de onde foi retirado um microônibus. Os bombeiros consideram que possa se tratar de restos mortais de corpos resgatados ao longo da semana, mas não descartam a hipótese de haver mais uma vítima soterrada.

A família do contínuo Cícero Augustino da Silva, de 60 anos, desaparecido desde o dia do desabamento, acredita na possibilidade de que ele também tenha sido tragado para o buraco aberto no local.

Ontem, a Defesa Civil interditou mais um imóvel na região do desmoronamento. A casa, que já estava desocupada, foi inspecionada pela equipe do órgão. Com isso, sobe para 56 o número de imóveis interditados na região do desabamento, entre 710 imóveis que passaram por vistorias.