Exposição a poluentes pode causar uma série de doenças

17/01/2007 - 8h09

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A exposição às substâncias cujos limites de emissão foramestabelecidos pela resolução 382 do Conselho Nacional do Meio Ambiente(Conama) pode causar uma série de doenças. Os óxidos de nitrogênio, porexemplo, causam danos e disfunções pulmonares como bronquite e enfizemapulmonar. O excesso desses óxidos no ar aumenta a presença do ozôniotroposférico (ou seja, que se forma na atmosfera), que, diferente doozônio estratosférico, que protege a Terra do aquecimento solar, éextremamente prejudicial à saúde humana. A substância não é citada nanorma do Conama e pode diminuir a capacidade de defesa do sistemaimunológico, causar disfunção pulmonar e reduzir a capacidaderespiratória.O monóxido de carbono afeta o sistema nervoso central e reduz acapacidade do sangue de transportar oxigênio. Com isso, o gás causadisfunções cardiovasculares, fadiga, dificuldades respiratórias e doresde cabeça. Já o dióxido de enxofre reage na atmosfera, se transforma e,quando em contato com água, torna-se ácido sulfúrico que é o agente dachuva ácida. O fenômeno gera danos ao meio ambiente natural e urbano e,para a saúde humana, os efeitos são dificuldades respiratórias,bronquites e tonturas. Já o material particulado pode agregar-se a outras substâncias, comoas dioxinas, que causam câncer. O material particulado, formado porpoeira, fumaça e fuligem proveniente de fornos, chaminés e caldeiras deindústrias, pode causar problemas respiratórios e cardiovasculares. Segundo o diretor de Saúde Ambiental da Associação de Combate aosPoluentes Orgânicos (ACPO), Jeffer Castelo Branco, ao contrário do quefoi sugerido pelo coordenador do estudo que gerou a resolução, oengenheiro Cláudio Alonso, há uma ligação entre as emissões e osprejuízos causados à qualidade do ar em regiões distantes das chaminése, portanto, prejuízos à saúde humana mesmo daquelas pessoas que nãomoram junto aos distritos industriais. “Neste tipo de poluição, todossão afetados independentemente da distância, e, normalmente pelo fatode os gases serem lançados por altas chaminés, populações longe doslocais de emissão são igualmente afetadas. Temos relatos disso emestudo do doutor Paulo Saldiva (e outros), com o qual compactuamos eque já enviamos ao Conselho Nacional de Saúde”, afirmou Castelo Branco.Paulo Saldiva é médico, chefe do Departamento de Medicina daUniversidade de São Paulo(USP), especializado na análise dos reflexosda poluição na saúde humana.