Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Três municípios fluminenses já sofrem as conseqüências dovazamento de resíduos dos reservatórios da mineradora Rio Pomba Cataguazes, emMiraí, Zona da Mata mineira.Os serviços de captação e tratamento de água foraminterrompidos na manhã de hoje (11) nas cidades de Laje do Muriaé, São José deUbá e Itaperuna.A ação da Companhia de Águas e Esgotos do Estado do Rio deJaneiro (Cedae) tem o objetivo de evitar a contaminação dos reservatórioslocais devido à proximidade dos rejeitos.Com o rompimento da barragem da mineradora, ontem (10), alama lançada no Rio Miraí deixou em alerta o estado do Rio. O Rio Miraídesemboca na Bacia do Paraíba do Sul, responsável pelo abastecimento de água emmunicípios fluminenses.Segundo o prefeito de Itaperuna, Jair Bittencourt,técnicos da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), da Fundação Estadualde Engenharia do Meio Ambiente (Feema), do município e da Defesa Civiltrabalham no monitoramento das águas, para evitar maiores danos à população.“Já começa a aumentar a turbidez da água como reflexo dorompimento da barragem, que é a poluição. Há dificuldade de tratamento da água,o que acaba comprometendo o abastecimento na cidade. Estamos monitorando 24horas por dia e já alertamos a população, agora temos que aguardar para ver emque níveis a poluição vai chegar”, afirmou.De acordo com Franklin Deschamp, assessor da diretorialeste da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), 14 caminhões-pipaforam enviados ao município de Laje do Muriaé. Os veículos serão abastecidos emPatrocínio de Muriaé, a uma distância de 20 quilômetros, última cidade antes dadivisa de Minas com o Rio.Deschamp também informou que dos 100 técnicos da companhiamobilizados para acompanhar a situação, 20 chegaram à região atingida. Ele disseainda que a Copasa vai enviou 140 mil copos de água para distribuir à populaçãodesses municípios.O assessor garantiu, no entanto, que as cidades mineirasnão sofrerão qualquer tipo de interrupção em seu serviço de abastecimento deágua.Técnicos da Defesa Civil do Rio de Janeiro e de MinasGerais sobrevoam nesta manhã a região atingida, para avaliar os danosambientais causados pelo vazamento, que agravou a situação de cidades que jásofriam com a cheia dos rios em conseqüência da chuva.De acordo com o coronel Pires, coordenador da Defesa Civil no nortefluminense, somente à tarde será possível ter as dimensões do estrago. Um acidente semelhante, envolvendo o mesmoreservatório da empresa, aconteceu em março do ano passado, quando 400 milmetros cúbicos de lama e bauxita atingiram o Rio Muriaé.