Governo estadual pede que moradores do noroeste fluminense armazenem água

11/01/2007 - 21h21

Mariana Schreiber
Agência Brasil
Brasília - O governo estadual está pedindo aos moradores da região noroeste que armazenem água. O vazamento de 2 milhões de metros cúbicos de lama de bauxita, ocorrido no município mineiro de Miraí na madrugada de ontem (10), está descendo o Rio Muriaé e atingirá o Rio de Janeiro ainda hoje (11). O acidente ocorreu com o rompimento de uma barragem de contenção de resíduos tóxicos da empresa mineradora Rio Pomba Cataguases. Com o rompimento, os moradores do município de Miraí tiveram suas casas invadidas pela lama. O alerta para armazenamento de água é do presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Wagner Victer. Os primeiros municípios que devem ter o abastecimento de água comprometido são Laje do Muriaé, São José do Ubá e Itaperuna. Na região moram cerca de 100 mil pessoas. Victer informou que o abastecimento de água será cortado em Laje do Muriaé assim que a lama chegar à estação de tratamento de água do município: "Nossa orientação é para que a população armazene água, pois a partir do momento que considerarmos a água inadequada para fins de tratamento, o abastecimento será suspendo. Em Laje do Muriaé, nós instalamos caixas d'águas comunitárias de 5 mil litros para dar o tratamento emergencial". Em São João do Ubá, a Cedae providencia a instalação de um sistema de captação alternativo. E em Itaperuna, onde segundo Victer a lama de bauxita deverá chegar amanhã (12), "dependerá da qualidade da água a decisão de cortar o abastecimento". Na cidade vivem cerca de 90 mil pessoas. Ele explicou que a poluição da água está diminuindo ao longo de todo o Rio Muriaé, mas os níveis ainda estão acima do normal.O Secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, pediu apoio do Ministério do Meio Ambiente para conter os estragos causados pelo vazamento e evitar novos desastres. "Vamos assinar um convênio com a Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais para o acompanhamento de mais de 500 outras barragens, industriais e agrícolas, para vermos o estado de cada um delas. A ministra Marina Silva garantiu que o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] vai participar deste trabalho preventivo", disse.Na página do governo mineiro na internet, o secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, informou hoje que a multa a ser aplicada à mineradora Rio Pomba Cataguases foi recalculada e estipulada em R$ 75 milhões, porque a empresa é reincidente no caso do rompimento da barragem.