Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, anunciou hoje (9) que vai vetar o aumento de 6% nos salários dos servidores do Ministério Público, Judiciário e Tribunal de Contas do Estado. Segundo ela, a decisão tem a ver com o tamanho do déficit público e "com o fato de o estado não estar cumprindo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, gastando 73% da arrecadação com a folha de pagamento dos servidores, quando o índice deve ser de 66%". O veto, acrescentou, "faz parte do projeto de reestruturação do governo e não temos como gerar mais despesas aos cofres públicos". Após encontro com o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Marco Antônio Barbosa Leal, e com o procurador-geral de Justiça, Roberto Bandeira Pereira, a governadora explicou, em entrevista coletiva à imprensa, que "não adianta dar reajuste ao funcionalismo público sem condições de honrá-lo". Yeda Crusius também anunciou sua intenção de "recuperar créditos não pagos pela União". Existem, segundo ela, muitos recursos ainda não repassados, que ajudariam a reduzir a atual crise financeira no estado. A governadora garantiu que dará prioridade à disputa pelos recursos federais para obras de infra-estrutura. "Até o ano passado, o governo federal investiu em assistência social; como o Rio Grande do Sul não é um estado pobre, perdeu muito com isso", explicou. O orçamento que enviará à Assembléia Legislativa, adiantou, "será realista e fará com que as despesas sejam proporcionais à receita". A governadora lembrou que os deputados "saberão apreciar as propostas, assim como foi feito na aprovação do Pacto Pelo Rio Grande, que propôs cortes drásticos nas despesas do estado". Os parlamentares terão 30 dias para decidir sobre a proposta do Executivo estadual.