Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A criação de canais na internet para participação do público nos debates do Fórum Econômico Mundial não é suficiente para um verdadeiro diálogo com a sociedade civil, acredita o jornalista Antonio Martins, integrante do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial. “Não gostaria de falar que é demagogia, mas vamos submeter tudo isso ao teste da verdade, não abrindo um chat na internet, mas criando um diálogo de verdade visando resolver problemas essenciais”, propõe Martins. “O diálogo se efetiva não quando se faz alguma atitude de pirotecnia”, reitera. Martins propõe a interação entre o Fórum Econômico e o Fórum Social em pelo menos dois temas-chave: a quebra de patentes de medicamentos para tratamento da Aids e a questão do aquecimento global. “Dois desafios para ver se é verdade ou se é simplesmente retórica esse desejo de diálogo”, diz o conselheiro. “Claro que no Fórum Social Mundial existe uma contraposição muito grande às idéias de Davos, mas tenho certeza de que haveria uma disposição muito grande de se trabalhar em conjunto para resolver questões que toda a humanidade sabe que são indispensáveis”.Martins representa, no Conselho Internacional, a Associação pela Taxação de Transações Financeiras em Apoio ao Cidadão (Attac). O Fórum Social Mundial foi organizado pela primeira vez em 2001, como contraposição do Fórum Econômico.O Fórum Econômico Mundial, que em acontece entre os dias 24 e 28 deste mês na Suíça, reúne anualmente, desde 1971, chefes de Estado e de governo e megaempreendedores do mundo todo. O evento, fechado à participação da sociedade civil, é realizado pela organização de mesmo nome, financiada por cerca de mil corporações multinacionais.