Relatório mostra que ocupações de terra diminuíram no período eleitoral

05/01/2007 - 16h02

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No ano passado, as ocupações de terra se concentraram no início do ano. De acordo com relatório divulgado pela Ouvidoria Agrária do Ministério do Desenvolvimento Agrário, nos seis primeiro meses, foram realizadas 186 ocupações de terra em todo o país. Nos últimos cinco meses - os dados de dezembro ainda não foram fechados - foram 74 casos. Segundo Marina Santos, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o período eleitoral teve influência no pequeno número de ações ocorridas no segundo semestre. Ela explicou que as ocupações são seguidas por negociações em torno da desapropriação de terras e realização da reforma agrária. No período eleitoral, os governantes estão envolvidos em campanha, o que enfraquece as ações. “Fica meio sem interlocutores nos estados e, às vezes, até em nível nacional, porque há um esvaziamento, politicamente falando”, ressaltou a representante do MST. Além disso, Marina Santos lembra que, habitualmente, as ações se concentram nos primeiros meses do ano, devido ao período de plantio. “Nesses primeiros meses é que as pessoas começam fazer os preparativos para a produção - as ocupações entram dentro desse processo, já que uma das maiores necessidades e objetivos é plantar e produzir na terra”. Dados do relatório mostram que foi em março que ocorreu o maior número de ocupações de terra (69), seguido pelo mês de abril (38). O MST foi o principal agente de ocupação no ano passado, segundo o relatório da Ouvidoria Agrária. Dos 259 casos registrados, 90 foram realizados pelo movimento. Em seguida, vem o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), responsável por 17 ações.