Trabalho informal é metade do emprego na América Latina

06/12/2006 - 13h34

Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma das constatações do relatório “Panorama do Emprego 2006”, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), é que, apesar dos avanços na queda do desemprego alcançados nos últimos quatro anos de forma contínua, o emprego no setor informal se mantém muito alto, representando 48,5% do total de empregados urbanos. Em cada dez novos empregos conseguidos nas cidades da América Latina e Caribe, cinco são ocupados no mercado informal.Além disso, a OIT constatou que o mercado de trabalho apresenta problemas estruturais que “é necessário abordar para combater a pobreza, sendo um desses problemas uma persistente desigualdade nos rendimentos, acompanhada por um desemprego muito mais forte entre aqueles que estão sob condições de desvantagem econômica”.O setor de serviços é o principal provedor do emprego urbano na região da América Latina e Caribe, segundo o relatório, com 72,3% do total da mão-de-obra. Nove entre cada dez novos trabalhadores com emprego desempenham essa atividade no setor privado. A cobertura de proteção social em saúde e/ou pensões chega a 58,9% da população urbana ocupada.De acordo com o relatório, a taxa de desemprego da população pobre, que vive com menos de dois dólares por pessoa, ao dia, é 2,9 vezes mais alta que as dos não-pobres. “Por outro lado, mais de 80 milhões de indigentes, que contam com menos de um dólar por dia, é 4,1 vezes mais alta”, informa o relatório.O desemprego, junto com o subemprego e os baixos rendimentos, afeta cerca de 44,6% da População Economicamente Ativa (PEA) nas áreas urbanas. “Dificilmente se conseguirá que a região alcance as metas do milênio, propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU), de redução, pela metade, a extrema pobreza até 2015, embora alguns países tenham conseguido avanços importantes”.O documento da OIT afirma que o crescimento sustentado das economias da região latino-americana e caribenha “está se refletindo na evolução positiva de alguns dos principais indicadores do mercado de trabalho, porque, além da redução do desemprego se observou uma melhoria nos salários reais nas áreas urbanas e uma redução na diferença entre mulheres e homens no mercado de trabalho e o desemprego dos jovens”.