Panamá poderá integrar o Mercosul, admite chanceler

06/12/2006 - 18h57

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A possibilidade de ter o Panamá, país da América Central,como integrante do Mercosul, pode se concretizar a partir do próximo ano. Foi oque admitiu o chanceler panamenho, Samuel Navarro, em visita ao ministro dasRelações Exteriores, Celso Amorim, hoje (6). Navarro aceitou convite de Amorimpara participar da Cúpula do Mercosul, que se realizará em janeiro do ano quevem, no Rio de Janeiro.“Tratamos das relações do Mercosul com o Panamá e vamoscontinuar nossos trabalhos. E para dar uma idéia da importância que damos a esserelacionamento convidei o chanceler Samuel Lewis Navarro para se fazer presentena próxima Cúpula do Mercosul”, anunciou Amorim. O Panamá já participa comoobservador do bloco econômico sul-americano, e segundo Navarro, há intensasconversações entre o Mercosul e o Panamá, via Sistema IntegradoCentro-americano, para que as relações comerciais se ampliem. “Nós hoje trocamos opiniões sobre a melhor forma em podercontinuar fortalecendo a relação entre as duas regiões. Tanto no caso do Panamácom o Mercosul, e do Panamá com o Brasil, na medida em que o Panamá tem seconvertido em um centro logístico para levar mercadorias ao resto do mundo”,disse Navarro.Os chanceleres discutiram também a criação de uma zona deredistribuição de mercadorias de empresas exportadoras brasileiras na zonaportuária do Canal do Panamá. A criação do entreposto já havia sido objeto deconversas entre o governo panamenho e o ministro do Desenvolvimento, Indústriae Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, em visita que fez ao país em maiodeste ano.Navarro aproveitou a visita de hoje para convidar, em nome dopresidente panamenho, Martín Torrijos, o presidente Lula para ir ao Panamá. Aviagem teria como objetivo tratar do estreitamento das relações comerciais epolíticas, mas também serviria para que empresários brasileiros sondassem omercado panamenho. O Brasil exportará este ano para o Panamá cerca de US$ 250milhões, segundo Amorim. O ministro panamenho falou sobre o cronograma do projeto deampliação do Canal, uma obra aprovada por referendo no país, em outubropassado. O Canal do Panamá faz a passagem direta de mercadorias da AméricaCentral para a América do Norte e sua ampliação vai significar acesso aembarcações de maior porte. Para empresas brasileiras que exportam, significa distribuirmercadorias mais facilmente para o leste do continente americano e tambémchegar com mais desembaraço ao mercado asiático. O ministro Celso Amorim disse que as empresas brasileirasvão competir em pé de igualdade na licitação da obra de ampliação do canal.“Evidentemente que a obra do canal é uma obra muito grande e as companhiasbrasileiras são muito competentes, de modo que tenho certeza estarãoenfrentando de igual para igual qualquer companhia de qualquer lugar do mundo”,disse. A obra de ampliação do Canal do Panamá custará cerca de US$5 bilhões e levará sete anos para ser concluída. As licitações serão feitasainda no primeiro semestre de 2007 e estarão abertas para empresas de qualquerpaís.