Passageiros ficam revoltados e famintos por causa dos atrasos no aeroporto de Brasília

05/12/2006 - 16h20

José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na sala de embarque do Aeroporto Internacional de Brasília, os passageiros passaram o dia revoltados com a interrupção dos vôos, que durou várias horas e ocorreu também em outras cidades. A fila na lanchonete é grande e constante (em média 40 pessoas) e as vaias são fortes quando o sistema de som pede paciência. Crianças estão deitadas pelo chão, muitas dormindo, e algumas mães estão irritadas.O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que está no local, diz que ligou para o comando da Aeronáutica e para o ministro da Defesa, Waldir Pires, por volta de 15 horas. Recebeu a informação de que houve pane elétrica no sistema de controle e que o problema seria resolvido brevemente”. Duas horas depois, ainda não foi.“É importante que esse sistema aéreo funcione bem e resguarde a segurança de todos os passageiros. Não podemos admitir que funcione de forma inadequada. Já está havendo uma impaciência crescente aqui”, declarou o senador.O administrador de empresas Eduardo Lima saiu de São Paulo às 9h50 e parou em Brasília para, a princípio, fazer escala rumo a Fortaleza. Está lá até agora, revoltado com a fome, a falta de informação e a situação dos banheiros, que estão sujos e com fila, segundo ele. “O pessoal da companhia aérea não informada nada, estamos famintos. Saímos de São Paulo com um sanduíche e até agora não pagaram nosso almoço. É um absurdo que idosos e crianças estejam sentados e deitados no chão”.Pior ainda é a situação do procurador aposentado Milon Corte Real, que saiu às 6 horas de Recife e desceu em Brasília para fazer escala rumo a Campo Grande (MS). “Ninguém dá nenhum tipo de informação, nenhuma assistência. Nem meu almoço pagaram. A bagunça aqui é generalizada”, reclamou.Dois passageiros que iam para São Paulo empurraram um funcionário da companhia TAM contra um vidro de proteção, após discutir com ele, num dos portões de embarque. Com o choque, o vidro se soltou. Os dois só se acalmaram quando o funcionário disse que chamaria a Polícia Federal.A reportagem da Agência Brasil foi abordada por seguranças, que perguntaram como o repórter tinha tido acesso ao local e anotaram seu nome, assim como o de um cinegrafista da TV Nacional.O sistema de som acaba de chamar os passageiros para o primeiro vôo, com destino a Congonhas (SP). O Comando da Aeronáutica concede neste momento uma entrevista coletiva para explicar o ocorrido.