Indústria registra em outubro melhor índice de vendas desde 2004

05/12/2006 - 15h57

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A indústria brasileira fechou outubro com crescimento nasvendas, na produção e na oferta de empregos. Segundo o levantamento Indicadores Industriais divulgadohoje (5) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), as vendas reais dosetor registraram aumento de 10,74% em relação ao mesmo mês de 2005, maiormarca registrada desde novembro de 2004.Na comparação com o mês anterior, as vendas reais subiram1,69%. O número leva em conta o ajuste sazonal – que corrige oscilações naatividade econômica provocadas por fases de aquecimento e retração ao longo doano. Entre maio e outubro, as vendas acumulam alta de 5,6% e só apresentaramqueda em agosto. Com o resultado de outubro, a taxa acumulada de crescimento daindústria em 2006 está em 1,43%, contra 0,38% registrado até setembro.A melhora nas vendas das indústrias refletiu no mercado detrabalho. O número de pessoas ocupadas no setor subiu 0,53% em outubro (dadocorrigido pelo ajuste sazonal). Em 2006, o emprego na indústria aumentou a umataxa média mensal de 0,37%. Nas projeções da CNI, o crescimento nos postos de trabalhodeve ser superior a 4% este ano.Pelo sexto mês consecutivo, o total de horas trabalhadasaumentou. Em outubro, o índice subiu 1,23%, o que representa o maior aumentomensal em 18 meses. Nos últimos seis meses, o índice teve expansão de 4,5% nasérie com ajuste sazonal. “A expansão do mercado de trabalho não apenas ocorre demaneira constante como está em um ritmo significativo”, disse ogerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio CasteloBranco.Apesar do crescimento da produção e do número de empregados,a indústria não registra pressão sobre a utilização da capacidade instalada. Oíndice, que registrou 81,8% em outubro, oscila em torno dos 82% desde maio. “Aestabilidade no índice indica que os investimentos no setor se mantiveramconstantes e os empresários estão conseguindo absorver o crescimento semcomprometer a capacidade de produção”, ressalta Castelo Branco, que coordenou apesquisa da CNI.Mesmo classificando os resultados de outubro como positivos,Castelo Branco afirmou que ainda é cedo para assegurar tendência de crescimentopara o próximo ano. “Ainda não dá para avaliar se essa expansão será duradouraporque é preciso ver se a produção, que agora está em alta, será vendidanos próximos meses e não irá para os estoques”, observou.O especialista afirmou que a própria economia aindaapresenta muitos entraves para crescer. Segundo Castelo Branco, o problemanão se limita aos juros básicos da economia – definidos pela taxa Selic,atualmente em 13,25% ao ano. “Além de os bancos manterem os juros altos apesardas recentes quedas da Selic, o governo precisa melhorar os gastospúblicos”, apontou. “Somente se o governo cortar gastos, os juros poderão cairainda mais, o que garantiria um ciclo de crescimento prolongado não só para aindústria como para toda a economia”.