Mantega diz que mínimo de R$ 367 é garantido pela regra de crescimento da inflação e do PIB

04/12/2006 - 16h35

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (4) que osalário mínimo de R$ 367 garante o reajuste pela regra estabelecida pelogoverno quando enviou a Lei de Diretrizes Orçamentárias ao Congresso Nacional,em agosto. “Pela regra que fizemos, ele [o salário mínimo] deveria crescer pelainflação e pelo PIB per capita. Isso levaria a um salário de R$ 367”, explicouo ministro. “Isso é correto, é adequado, tendo em vista que nos outros anos [omínimo] já teve aumento considerável”, afirmou. Mantega não quis comentar a polêmica que sua tese tem criadono Congresso, onde os integrantes da Comissão Mista de Orçamento,principalmente o relator da proposta orçamentária, senador Valdir Raupp (PMDB-RO),defendem o salário mínimo de R$ 375. O ministro argumentou que para a faixa derenda que recebe o salário mínimo a inflação é mais baixa que a média nacional.“O que significa que o poder aquisitivo está aumentando para os detentores desalário mínimo”, justificou.Apesar de se manter firme na defesa do valor de R$ 367, Mantegadisse que o valor do salário mínimo não está fechado. “Estamos discutindo paraver qual é o maior patamar. Estamos discutindo isso”, admitiu. O ministro lembrou que o importante é que os R$ 367 garantema regra de aumento pelo PIB per capita e pela inflação, quesitos que tinhamprojeção maior quando a regra da proposta orçamentária foi enviada aoCongresso. “O governo está sustentando a regra. Só que quando saiu o R$ 375tinha uma projeção de inflação mais alta e PIB maior. Agora ficou difícilvoltar para trás”, disse.O ministro da Fazenda defende que se o governo adotar umapolítica permanente de revisão do salário mínimo, como querem o ministro doTrabalho, Luiz Marinho, e as centrais sindicais, o reajuste seja menor do que ocrescimento da economia medido pelo Produto Interno Bruto (PIB). “A políticapermanente deveria discutir um aumento real todo ano, mas abaixo do crescimentodo PIB, de modo a pressionar menos as despesas com a Previdência, que é a maiordespesa do governo”, defendeu. Segundo Mantega, o reajuste abaixo do crescimento do PIBiria beneficiar indiretamente os trabalhadores, por permitir menos gastos com aPrevidência e, portanto, mais dinheiro em caixa para aumentar os investimentos.“O que eu defendo é um aumento real, mas que sobre para o investimento. Isso ébom para todo mundo porque investimento é benefício, inclusive para ostrabalhadores, porque vai representar mais emprego”, argumentou.