Haitianos vão às urnas pela terceira vez no ano para escolher representantes locais

04/12/2006 - 13h44

Ivan Richard
Da Agência Brasil
Brasília - O Haiti voltou às urnas neste domingo (3) para escolher prefeitos e delegados (espécie de representantes de bairros), na terceira eleição do país, em 2006. A primeira eleição ocorreu em fevereiro, quando foi eleito o atual presidente república, René Préval. Ele substituiu o governo provisório implantado após a crise social e política resultante na queda do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, em fevereiro de 2004.De acordo com o chefe de Comunicação Social do Batalhão Brasileiro no Haiti (Brabat), Tenente-Coronel Dos Anjos, cerca de 3,5 milhões de eleitores foram convocados.  O clima foi de tranqüilidade, segundo a assessoria brasileira, em todo o país, ao contrário das complicações de filas e suspeitas de fraudes no início do ano.  “Mesmo nos centros de votações considerados sensíveis, principalmente nos locais próximos a Cité Soleil, maior favela do país”, informa a nota do Brabat.O Brabat, integrante da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), ajudou a garantiu a segurança das eleições na capital e em Gonaves, a 60 quilômetros a oeste de Porto Príncipe. A região metropolitana da capital é o maior colégio eleitoral do país, com 234 seções e mais de 40% de todo o eleitorado.Os militares também deram suporte logístico e foram mobilizados desde a última sexta-feira (1º) para as operações nas diversas áreas. Além do esquema de segurança rotineiro da missão de paz, a tropa do exército brasileiro mobiliou 14 seções consideradas sensíveis, nos bairros de Bel Air e Cité Soleil.Trinta mil candidatos disputaram cerca de 10 mil cargos. Cerca de 9 mil membros das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU)  estão atuando na segurança em todo o país, com um contingente militar de 7.5 mil homens (dos quais 1,2 mil são brasileiros) e 2 mil  policiais.A expectativa, de acordo com a nota do Exército brasileiro no Haiti, é de que as autoridades locais possam divulgar os resultados das eleições deste domingo em cinco dias úteis, conforme o sistema eleitoral montado pela OEA (Organização dos Estados Americanos).Ainda segundo a nota, o Brasil também colaborou com ajuda financeira. O país doou US$ 1 milhão para financiar estas eleições. Os Estados Unidos doaram US$ 4 milhões; o Canadá, US$ 4 milhões; a União Européia mais de US$ 5 milhões e o Japão cerca de US$ 700 mil.