Estudantes prostestam contra política econômica do governo

04/12/2006 - 15h19

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Estudantes e ativistas de movimentos populares protestaram hoje (4) contra apolítica econômica empregada no governo atual, “extremamente ortodoxa econservadora”. Em ato realizado na Faculdade de Direito da Universidade de SãoPaulo (USP), cerca de 200 membros da União Nacional dos Estudantes (UNE) e aCoordenação dos Movimentos Populares (CMS) participaram do manifesto.O presidente da UNE, Gustavo Petta, explicou que o ato foi o lançamento de ummovimento amplo por mudanças. Desse primeiro protesto resultará um documentoque será entregue ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nopróximo dia 13.As idéias serão aprofundadas durante um seminário que deve ocorrer no começo de2007, organizado pela UNE em parceria com a Faculdade de Filosofia Letras eCiências Humanas da USP (FFLCH), “para aprofundar e dar mais consistência àspropostas de mudança”, disse Petta. Segundo ele, ainda serão realizadasdiversas manifestações de rua em todo o país.Petta afirmou que o ato foi um embrião de um movimento nacional para buscar asmudanças consideradas necessárias pela UNE e os outros movimentos sociais. Naavaliação de Petta, a política econômica atual impede o crescimento, a geraçãode empregos e a distribuição de renda.Entre os principais alvos de críticas da UNE está o Banco Central, que mantém umadas maiores taxa de juros do mundo. O presidente da organização estudantil dizque o BC condiciona toda a política do governo a metas de inflação e impede ocrescimento do país. “O Brasil precisa de um outro rumo e isso passa por mudar,principalmente, a orientação do atual Banco Central”.“Se a direção do Banco Central fosse ligada aos setores mais desenvolvimentistaseria uma sinalização clara e evidente do governo rumo a mudanças maisprofundas”, afirmou Petta.O presidente da UNE criticou o que chamou de “privatização”do Banco Central. Deacordo com ele, o BC é praticamente privatizado porque atende principalmenteaos interesses das grandes corporações financeiras nacionais e internacionais.“O presidente deveria estatizar o Banco Central, colocando ali pessoas quetenham compromisso com a nação e que não estejam ali estagiando para depoistrabalhar nos grandes bancos”, disse.