Conama autoriza guarda provisória de animais silvestres

04/12/2006 - 15h20

Thais Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) aprovou nasemana passada resolução que autoriza a guarda provisória de animais silvestrespor voluntários. A medida atende a criadores que não encontram vaga ou abrigoadequado no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do InstitutoBrasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A resolução, no entanto, não regulariza a situação depessoas que criam animais silvestres em cativeiro, alertou hoje (4) o veterináriodo Cetas no Amazonas Diogo César Faria. “O termo de guarda voluntáriaestabelecido pela resolução é provisório e se aplica apenas a casosparticulares. A situação ideal é que o Ibama tenha condições de receber osanimais, fazer uma triagem e destinar da melhor forma possível,preferencialmente devolvendo à natureza”, defendeu. A nova resolução do Conama determina a criação de umcadastro de depositários voluntários - pessoas que queiram cuidarprovisoriamente desses animais silvestres. Para fazer parte da lista, elas nãopodem ter cometido qualquer infração administrativa de natureza ambiental nosúltimos cinco anos nem estar respondendo a processos por crimes ambientaisrelativos à fauna.Farias informou que o Cetas no Amazonas recebe em média milanimais por ano, principalmente quelônios (tartarugas), primatas (macacos) epássaros, tanto de apreensão  quanto daentrega voluntária. Neste ano o número de animais recolhidos já chega ao 1.200.“O zoológico do Tropical (um hotel), o Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas daAmazônia) e a Ufam (Universidade Federal do Amazonas) são nossos parceiros,acolhendo parte desses animais”, informou o veterinário.Segundo dados do Ibama, 96% dos animais apreendidos peloórgão são reintroduzidos no habitat natural. “É fácil você reintroduzir umatartaruga porque ela não passa por um período de aprendizagem com os pais. Jáum macaco filhote vive meses apreendendo onde buscar abrigo, alimento. Se elefor criado desde novo em cativeiro, as chances de soltá-lo na natureza sãoquase nulas”, explicou Faria. O veterinário esclareceu que mesmo quando a reintrodução doanimal não é indicada, o Cetas permanece com ele apenas por um período até queesteja com a saúde boa para ser enviado a zoológicos ou criadouros legalizados.