Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro Nelson Machado garantiu hoje (29) que o déficit da Previdência Social neste ano fechará em R$ 42 bilhões, ao contrário da previsão inicial de que chegaria a R$ 50 bilhões. "Isso é o resultado do aumento no número de Carteiras de Trabalho assinadas e do aumento da arrecadação”, disse, após reunião com parte da bancada do PT no Senado. Machado afastou a possibilidade de o governo propor uma nova reforma da Previdência até o próximo ano e, a curto prazo, considerou suficientes algumas medidas administrativas, a fim de reduzir o déficit. Entre essas medidas, citou a necessidade de aprovação da Super Receita – projeto que unifica as receitas Federal e da Previdência – na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, marcada para terça-feira (5). Citou também mudanças no cálculo do auxílio-doença, a retirada, da contabilidade da Previdência, das renúncias fiscais feitas pelo governo, e o pagamento da aposentadoria rural, que não é contributiva. Sobre o auxílio-doença, o ministro disse ainda que, da maneira como é calculado hoje, 51% dos benefícios são superiores aos salários dos trabalhadores. E defendeu a necessidade de ajustar esse cálculo, a partir de um projeto de lei. O impacto do auxílio-doença sobre as contas da Previdência é da ordem de R$ 13 bilhões por ano.Com relação à Super-Receita, o ministro destacou que ela representará economia para a iniciativa privada, que deixará de pagar tributos separadamente, e para o governo, que cortará à metade a burocracia para atendimento.