Lula pede solução para o Incor em 48 horas, diz Mantega

12/11/2006 - 19h37

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (13) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que seja encontrada, em 48 horas, uma solução para o problema financeiro do Instituto do Coração (Incor) em São Paulo. "Ele determinou que encontrássemos uma solução para que o Incor possa se recuperar e restabelecer a eficiência dos seus trabalhos".Segundo Mantega, o Incor é um hospital de excelência, talvez o melhor da América Latina. "Não podemos deixar que deteriore sua atuação, seu trabalho". O ministro participou de reunião no aeroporto de Congonhas (SP), com o presidente Lula e integrantes do Conselho Diretor do Incor e do Conselho Curador da Fundação Zerbini, em busca de soluções para a crise financeira da instituição.O ministro informou que, na reunião de hoje, os representantes do Incor apresentaram um quadro da situação, dos problemas financeiros com o setor privado e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O governo, segundo ele, vai estudar as medidas cabíveis. Mantega lembrou um empréstimo feito ao Incor no fim dos anos 90, um programa especial de financiamento criado pelo governo para construção e compra de equipamentos de hospitais nos moldes do Incor e das Santas Casas, entre outras instituições. "Esse financiamento foi feito em dólares, essa era a determinação da época. A desvalorização cambial fez com que esse empréstimo se agigantasse e se tornasse impagável", disse.Para o ministro, o Instituto do Coração é hoje um hospital viável, do ponto de vista operacional, porque se sustenta. "O que não consegue é arcar com a parte financeira", acrescentou.Guido Mantega informou que vai conversar com representantes do governo do estado, já que o Incor é estadual. "Vamos juntar os esforços dos governos federal e estadual e do BNDES para equacionar o problema".Sobre a possibilidade de um banco público se tornar agente financeiro do empréstimo para a recuperação do instituto, o ministro afirmou que não quer se antecipar, porque tem prazo de 48 horas para estudar o problema com calma e profundidade. "Nós estamos falando de R$ 180 milhões de dívida financeira. São R$ 110 milhões para o BNDES e R$ 70 milhões para os bancos privados. Talvez o próprio BNDES possa fazer a reestruturação da dívida".