Ministro apresenta a comissário europeu planos para garantir qualidade de produtos agropecuários

10/10/2006 - 0h34

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Agricultura, Luis Carlos Guedes Pinto,apresentou hoje (9) ao comissário da União Européia, Markos Kyprianou, os planos para garantir a qualidade dos produtos agropecuários produzidos no país. Em visita ao Brasil, Kyprianou, segundo o ministro, disse que os países membros do bloco estão cada vez maisexigentes quanto à qualidade dos alimentos importados, principalmente emrelação à contaminação por agrotóxicos e por remédios aplicados nos animais. E garantiu que "os planos do Brasil, se implementados, atendem às exigências da entidade".Como exemplo do esforço brasileiro, o ministro citou que cerca de R$ 100milhões estão sendo aplicados na compra de equipamentos para laboratóriosligados às áreas animal e vegetal. E lembrou que para garantir a qualidade dos alimentos,o Brasil criou planos de controle deresíduos para produtos agropecuários como as carnes, as frutas e os grãos.Guedes Pinto também citou mecanismos como o Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva deBovinos e Bubalinos (Sisbov), que controla a vida dos animais do nascimento ao abate, incluindo a vacinação. “Nós assumimos o compromisso de que toda a carne exportadapara a Europa será de animal rastreado, o que agradou a Kyprianou. As nossasações foram reconhecidas pelo comissário como uma melhoria de atuação dasautoridades em relação ao controle sanitário e de resíduos”, disse.Sobre o mel brasileiro, cuja venda foi suspensa em março pela União Européia, devido à falta de controle de resíduos, o ministro informou que as análises do produto serão feitas em laboratóriobrasileiros e europeus, para comprovar a qualidade e permitir que o Brasilretome as exportações. “O mel brasileiro é reconhecidamente o melhordo mundo e é sabido que nossos apicultores não usam medicamentos nosapiários. Entretanto, a União Européia nos exigiu uma série de análises deresíduos e nós não tínhamos laboratórios devidamente aparelhados para fazer oexame”, explicou Guedes Pinto. Na reunião, não foi discutida a exportação de aves e carne suína,que exigem níveis rigorosos de controle sanitário na União Européia. Kyprianou pediu que o Brasil priorize o controleda sanidade de alimentos que já foram liberados para comercialização. No ano passado, o Brasil exportou 32,5% de sua produção agropecuária para a União Européia.