Escolas da rede pública podem ajudar a promover hábitos nutricionais saudáveis

07/10/2006 - 1h29

Monique Maia
da Agência Brasil
Brasília - A nutricionista Raquel Teixeira disse que a escola é considerada um ambiente favorável para a criação de hábitos alimentares saudáveis e a merenda escolar está inserida nesse processo. Ela coordena o Grupo de Trabalho da Lista deAlimentos Básicos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar(Pnae). Para Raquel Teixeira, a divulgação da saúde alimentar na escola é importante para proteger as crianças de futuras doenças como o diabetes, a obesidade, a hipertensão e doenças cardiovasculares.  A pesquisadora da área de nutrição da Universidade de São Paulo Sônia Philippi ressalta, no entanto, que para isso deve haver uma espécie de complementação em casa, ou seja, os hábitos seguidos na escola também devem ser adotados pela família.  De acordo com a pesquisadora, a merenda escolar tem importância fundamental para promover a saúde. “Estamos vivendo um período de graves doenças temos notado que a população tem aumentado muito de peso e isso também tem feito aumentar a freqüência dessas doenças. Então, estamos trabalhando no sentindo de promover a saúde por meio de bons hábitos alimentares saudáveis”. Assegurar uma alimentação de melhor qualidade para os alunos da educação infantil (creches e pré-escola) e do ensino fundamental é o objetivo do Pnae. Criado em 1955, o programa inclui escolas de comunidades pobres como as indígenas e quilombolas (comunidades remanescentes de quilombos). Para isso, repassa recursos financeiros aos municípios destinados à compra de alimentos que constituem a merenda escolar. O valor per capita repassado pela União é de R$ 0,22 para os alunos de creches, pré-escola e ensino fundamental. Para os alunos das escolas indígenas e quilombolas, o número sobe para R$ 0,44. "Esta população sofre mais com problemas de desnutrição e insegurança alimentar. Além disso, o programa entende que é uma divida cultural com essas comunidades”, explicou Raquel Teixeira. Os recursos do programa são repassados a partir de fevereiro para a cobertura de 200 dias letivos. Em 2006, o PNAE vem atendendo 36,3 milhões de alunos.