Jovens empreendedores apresentam propostas aos candidatos à presidência

16/09/2006 - 11h58

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Jovens empresários de todo o país vão apresentar aoscandidatos à Presidência da República suas propostas para criar, no país, umambiente mais propício ao desenvolvimento dos negócios. A plataforma, jáentregue ontem (15) a Cristovam Buarque (PDT), foi elaboradapela Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje), entidade presente em25 estados que representa 10 mil empreendedores. As proposições vão de questõestributárias à educação e representatividade política dos jovens. “De nada adianta cobrar alguma coisa se você não estádisposto a propor”, justifica o presidente da Conaje, Doreni Caramori Júnior. Segundo ele,dados de 2004 indicam que 65% das novas empresas no país são de iniciativa dejovens entre 18 e 34 anos.Por outro lado, 49,9% de todas as empresas do paísfecham com menos de 2 anos de existência. A carga tributária consideradaexcessiva e a falta de educação do empreendedor estão entre as principaiscausas de mortalidade das empresas, de acordo com a Conaje.Nesse sentido, uma das propostas da entidade é a inclusão,no currículo do ensino fundamental ao superior, de disciplinas que desenvolvamo empreendedorismo.  Outra sugestão é acriação de cursos técnicos voltados à gestão de negócios.”O jovem, no Brasil, nãoé formado para ser empreendedor”, avalia Caramori. A entidade propõe também a adoção de incentivos fiscais aoprimeiro negócio dos jovens. Na prática, seria uma carência de dois anos para opagamento de tributos – o saldo seria pago em 10 anos, com remuneração pelataxa de juros de longo prazo (TJLP).Para facilitar o acesso ao crédito, a proposta é a criação de uma linhade crédito específica para o jovem empreendedor – o excesso de burocracia e aexigência de garantias reais (patrimônio) são alguns dos entraves apontadospela Conaje. Fator igualmente para o estímulo aos negócios é, segundo opresidente da entidade, a coordenação das iniciativas públicas de estímulo aoempreendedorismo. “Enquanto não houver um órgão, uma diretoria, uma secretaria,um ministério ou uma agência que pense a questão do ambiente para abrir novosnegócios, teremos sérias dificuldades em pensar estrategicamente”, avalia.Por fim, a entidade acredita que é necessário fazer com queos jovens participem mais do processo político. Para isso, sugerem a fixação deum percentual mínimo de pelo menos 25% para a participação dos jovens naslistas partidárias para a Câmara dos Deputados, as assembléias legislativasestaduais e as câmaras de vereadores. Hoje, apenas 2,53% dos deputados federaise 5,57% dos deputados estaduais têm até 34 anos.  De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas 12% dosmais de 18 mil candidatos que concorrem nas eleições de outubro deste ano estãonessa faixa etária.  “Tudo o que se propõe tem um efeito prático e factível.Esperamos que os candidatos absorvam isso como uma indicação de mais de 10 miljovens que hoje trabalham pelo PIB e pela geração de emprego, e incluam isso emsuas perspectivas de trabalho”, resume Doreni Caramori Júnior.