Copom sinaliza redução dos juros, mas em níveis menores

08/09/2006 - 0h07

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Banco Central divulgou hoje (8) a ata da reunião que oComitê de Política Monetária (Copom) realizou na semana passada, quando baixoua taxa básica de juros, Selic, de 14,75% para 14,25% ao ano. O documentoressalta que o colegiado de diretores do BC resolveu, naquela oportunidade,“dar continuidade ao processo de flexibilização da política monetária”,iniciado em setembro do ano passado, e vai acompanhar a evolução da economia,com vistas a definir “os próximos passos” a serem anunciados na reuniãoagendada para os dias 17 e 18 de outubro. A ata do Copom lembra que “a menor distância”, hoje, entre ataxa básica de juros corrente e os juros de mercado que devem vigorar no médioprazo, “poderá demandar que a flexibilização adicional da política monetáriaseja conduzida com maior parcimônia”, ou seja, as reduções que vierem, de agoraem diante, serão menores que o meio ponto percentual concedido na semanapassada, surpreendendo a expectativa geral dos analistas de mercado, quepreviam queda de apenas 0,25 ponto percentual.Depois de análises técnicas sobre os diversos segmentos daeconomia, os membros do Copom avaliaram a conveniência de reduzir a taxa Selicem linha com as expectativas do mercado. Mas, como destaca a ata da reunião,eles concluíram que, neste momento, uma redução de meio ponto “resultaria emmaior adequação das condições monetárias correntes à melhora no cenárioprospectivo para a inflação observada entre as reuniões de julho e agosto”. O BC orienta suas decisões de política monetária de acordocom as projeções de inflação, como enfatiza a ata, e o Copom reconhece queembora tenha se reduzido a volatilidade recente nos mercados financeirosinternacionais, algumas incertezas persistem, como os preços do petróleo que,apesar de terem recuado um pouco, continuam em um patamar 20% acima dos preçosdo final do ano passado. Segundo a ata, nesse ambiente cabe à política monetáriamanter vigilância para evitar que incertezas de curto prazo se propaguem parahorizontes mais longos.Os dirigentes do BC enfatizam, porém, que de modo geral “ocenário externo permanece favorável”, particularmente no que se refere àsperspectivas de financiamento da economia brasileira, e o cenário para atrajetória da inflação também “permanece benigno”, apesar da elevação das taxasde juros nas economias industrializadas e dos preços do petróleo em níveisaltos.