Copom mantém projeção de não reajustar preço da gasolina

08/09/2006 - 0h44

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) considera que o preçoalto do petróleo no mercado internacional tem sido uma “fonte sistemática deincerteza” nas cotações do produto, inclusive com reflexos de “tensõesgeopolíticas”. Como conseqüência, “o cenário de preços domésticos da gasolinainalterados vem se tornando progressivamente menos plausível”. O Copom, no entanto, mantém a projeção de reajuste zero paraa gasolina no decorrer deste ano, mas sinaliza que a possibilidade de aumentode preço existe e está cada vez mais forte, uma vez que os preçosinternacionais do petróleo refletem na economia doméstica por meio de cadeiasprodutivas como a petroquímica e pela deterioração nas expectativas de inflaçãodos agentes econômicos.De acordo com a ata da reunião que o Copom realizou nasemana passada, as simulações de correção para os preços internos da gasolinaainda permitem que não haja correção. Nesse segmento de combustíveis, foimantida também a previsão de reajuste de apenas 0,1% no ano para os preços dogás de bujão. O BC manteve, ainda, as projeções de 2,7% para correçãoanual dos preços de telefonia fixa e de menos 0,9% para eletricidade.No cômputo geral, os preços administrados por contrato, oumonitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, educação, medicamentos,água, saneamento, transporte urbano e outros) devem aumentar 4,4% em 2006, deacordo com a avaliação prospectiva do Copom, que fica um pouco abaixo daestimativa de 4,5% do boletim Focus, resultado de pesquisa semanal que o BC fazcom analistas de mercado sobre tendências dos principais indicadores daeconomia.Os preços administrados têm peso de quase um terço nacomposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado comoparâmetro para a trajetória de metas do governo. Tradicionalmente, os preçosadministrados têm sido corrigidos acima da inflação dos preços livres, e nesteano estão tendo comportamento mais condizente com a meta de 4,50%, definidapelo Conselho Monetário Nacional (CMN).