Universidade começa a testar vacina considerada a mais poderosa contra HIV

17/08/2006 - 13h10

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Pesquisadores daUniversidade Federal do Rio de Janeiro vão começar a testar em cerca de 70voluntários a vacina HVTN 502, considerada a mais promissora já desenvolvidapara imunização contra o vírus HIV, que causa a aids.O objetivo dos testes, questrão início até o fim deste mês, é avaliar se a vacina reduz as chances deuma pessoa ser infectada pelo HIV ou se é capaz de diminuir a quantidade devírus no sangue caso a infecção ocorra, por outros motivos, durante otratamento. Os testes não expõem os voluntários ao vírus.Para Mônica Barbosa,coordenadora do Projeto Praça Onze da UFRJ, responsável pelos testes no Rio deJaneiro, a iniciativa representa um grande avanço.“Hoje existem diversosestudos em andamento no mundo, mas essa vacina é a mais promissora. Em testesiniciais o medicamento foi considerado muito seguro, sem efeitos colateraisgraves e com grande capacidade de estimular o sistema de defesa das pessoaspara se proteger do HIV. Agora vamos avaliar se elas realmente são eficazes naproteção de indivíduo contra o vírus”, afirmou.O estudo será realizado,simultaneamente, em outros países, como Estados Unidos, Canadá, RepúblicaDominicana, Haiti, Peru e Austrália, e vai selecionar cerca de 3 mil candidatosque também serão submetidos aos testes.No Brasil, 230 pessoas farãoo teste, na UFRJ e no Centro de Referência e Treinamento em Doenças SexualmenteTransmissíveis, da Universidade Federal de São Paulo. A previsão é de que estafase tenha duração de quatro anos e meio.Mônica Barbosa disse que esperaobter bons resultados. Segundo ela, ainda que a vacina em teste não seja adefinitiva para o combate ao vírus, o estudo será fundamental para que sechegue à formulação definitiva. De acordo com a coordenadora, o Projeto PraçaOnze pode dar dicas importantes sobre como seria a vacina ideal e, com algunspequenos ajustes, pode ser possível definir a formulação mais eficaz contra oHIV.Paraparticipar os testes, os voluntários devem ser homens e mulheres com idadeentre 18 e 45 anos, que se submeteram a situações de risco de contração dovírus nos últimos seis meses. A vacina não contém em sua composição o vírus HIVvivo, morto, atenuado nem partículas reais.