"Não dá para voltar, está muito difícil", diz paulistano que fugiu do Líbano

17/08/2006 - 16h25

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Muitos brasileiros pensam em voltar para o Líbano assim que o país estiver em paz, mas não é o caso de Mohamed Abdouni. Por causa dos intensos bombardeios de Israel, ele teve de fugir da cidade onde morava havia nove anos com a mulher, os cinco filhos e o pai, que tem diabetes crônico, só anda em cadeira de rodas e atualmente está internado em São Paulo.O paulistano Abdouni, que chegou a São Paulo na semana passada, está cuidando de ajeitar a vida dele e dos familiares. “Estou colocando meus filhos numa escola aqui no Brasil. Tenho negócios aqui e vou me dedicar a isso agora. Não dá para voltar, está muito difícil”, contou.Abdouni conta que sentia a casa balançar todo dia por causa dos bombardeios. Muitas vezes, os filhos acordavam com o barulho. “Essa vai ficar marcada para o resto da vida. Só espero que não fique vestígio nos meus filhos, que são muito pequenos”.Ele acredita que a recuperação do Líbano será complicada. Pontes, estradas e estruturas de abastecimento foram destruídas, conta o brasileiro, que acha necessário um trabalho muito intenso para que os libaneses voltem a ter uma vida “quase normal” em menos de seis meses.