Resgatados mais três caminhos da Estrada Real

15/08/2006 - 13h52

Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Além dos caminhos do Café e do Ouro, mais três rotas históricas da Estrada Real, que ligavam as cidades do interior ao mar pelo Rio de Janeiro, começam a ser resgatadas. O projeto vem sendo desenvolvido pelo município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ), com o objetivo de destacar a importância histórica da cidade e gerar negócios e empregos na região. Concluída a fase de elaboração, a próxima ação é iniciar as escavações nos sítios arqueológicos, indígenas e quilombolas mapeados pelo projeto. O trabalho conta com interesse particular de representações do movimento negro interessadas em recuperar a história da luta dos escravos pela liberdade ao formarem quilombos.O projeto Caminhos de Caxias foi criado com base em levantamento realizado em convênio com o Laboratório de Arqueologia Brasileira da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O estudo levantou três trajetos de grande importância, com ruínas históricas e 18 sítios arqueológicos, sendo cinco dentro da Reserva Biológica de Tinguá, no trecho localizado no município.Segundo a secretária de Cultura de Duque de Caxias, Carmem Migueles, o objetivo do trabalho, além de estabelecer as rotas, é agregar à estrada os bens imateriais da região, como os grupos de artesanato e folclore, em pontos diferentes que sirvam de atrativo aos turistas  para a geração de renda. Migueles adiantou que trabalha para incluir o projeto no do Plano Diretor do município para garantir a sua preservação.Os novos trechos da Estrada Real passam pela Fazenda de São Bento, pertencente aos padres beneditinos, cujo monastério barroco é tombado pelo estado e incluem a Igreja Nossa Senhora do Pilar, construção da primeira fase do barroco no Rio. O primeiro marco de concreto, igual ao usado na Estrada Real em Minas Gerais, será colocado na fazenda dos beneditinos, e depois colocado a cada quilômetro. A rota parte desse ponto, segue até a Igreja do Pilar em direção a Capivari, juntando-se ao caminho para Minas na Serra do Carmo.Outro caminho parte da localidade de Iguaçu Velho, que fica a 300 metros da divisa de Caxias com Nova Iguaçu, depois corta uma grande área do bairro de Xerém até o limite da reserva do Tinguá e sobre a reserva em direção a Minas Gerais. O terceiro é considerado o mais difícil de delimitação, porque passa por áreas urbanas. Essa rota era usada como alternativa pelos tropeiros que faziam o caminho a pé, quando o grupo não voltava direto do rio de Jeneiro pelo mar para o porto Estrela, no município de Magé, e dali seguir até Minas Gerais. Os tropeiros passavam por Caxias, indo até a Igreja do Pilar e seguindo uma reta em direção ao porto Estrela.