Investimento em complexo petroquímico do Rio pode subir a US$ 8,5 bilhões

04/08/2006 - 20h11

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os investimentos no projeto do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) poderão saltar dos US$ 6,5 bilhões anunciados pela Petrobras para cerca de US$ 8,5 bilhões, quando forem agregadas as cerca de 200 indústrias de transformação que integrarão a terceira geração à refinaria. A informação é do presidente da Petroquisa, José Lima de Andrade Neto, que participou hoje (4), na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), de reunião que detalhou o projeto para os deputados da Comissão Especial criada para acompanhar o cronograma de obras. O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro é resultado de parceria da Petrobras com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o Grupo Ultra. No investimento inicial estão previstas uma central petroquímica e as unidades de segunda geração, que serão construídas na mesma área. As obras vão gerar mais de 200 mil empregos (diretos, indiretos e por efeito renda). O presidente da Petroquisa admitiu que o empreendimento poderá ter outros sócios: “Existem obviamente grupos interessados em participar e nós estamos estudando esta possibilidade. São grupos que podem participar tanto pontualmente quando na integralidade do projeto. Há um termo de confiabilidade nas negociações e eu não posso dar ainda maiores detalhes”.O complexo terá capacidade para processar 150 mil barris por dia de petróleo pesado proveniente da Bacia de Campos e produzir matéria-prima petroquímica e derivados. Nele, a Petrobras e seus parceiros vão implantar a Unidade Petroquímica Básica, uma central petroquímica de primeira geração, com investimentos totais estimados em US$ 3,5 bilhões, destinados à produção, entre outros, de eteno, propeno, benzeno e paraxileno. Com a utilização de petróleo pesado como insumo para gerar produtos petroquímicos, substituindo a nafta que ainda é, em parte, importada, a estimativa é de que o país economize mais de US$ 2 bilhões ao ano em divisas.