Economista diz que, se situação da Varig não se definir nas próximas horas, desfecho será negativo

13/06/2006 - 17h49

Milena Assis
Da Agência Brasil

Brasília- O professor de Economia da Universidade de Brasília José Matias avalia que, se a decisão sobre a Varig não sair nas próximas horas, provavelmente não haverá um desfecho positivo. "Tanto para a economia como para os funcionários da empresa e para o próprio sistema aéreo", disse, acrescentando ser importante, para o país, manter a competitividade com várias companhias aéreas, porque isso movimenta a economia e o setor.

Em entrevista hoje (13) à Radio Nacional, Matias afirmou que a expectativa é que a entidade Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), a única a fazer oferta no leilão de venda da Varig, tenha recursos suficientes para tirar reerguer a empresa. "Até agora, o grupo não demonstrou capacidade de aportar recursos. Por exemplo, a primeira parcela que estava projetada para R$ 285 milhões tem de ser em dinheiro vivo, mas R$ 225 milhões virão de renúncia de créditos trabalhistas", observou.

Segundo ele, mesmo que o juiz responsável pelo caso, Luiz Roberto Ayoub, comprove que os funcionários têm condições de gerir a empresa, a Varig terá de contar com a colaboração de fornecedores, da Receita Federal e da Petrobras. "Acredito que o problema todo vai passar pela gestão, e é preciso saber se os trabalhadores e todos os credores estão dispostos a ajudar para que a Varig sobreviva".

O professor ressaltou que o juiz não vai concordar com a compra se não houver essas condições básicas. "É bom lembrar que uma outra alternativa é o juiz não aceitar a compra desse grupo e colocá-la em leilão novamente para ver se outro comprador aparece".