Centenas de detidos depõem em ginásio de Brasília

07/06/2006 - 0h40

Brasília, 6/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - A maior parte dos participantes do protesto do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) continua prestando depoimento no Ginásio Nilson Nelson. Segundo o comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, Antonio Serra, cerca de 100, de um total de 549 manifestantes detidos, depuseram até agora.

Os manifestantes estão acomodados nas arquibancadas do ginásio, separados por sexo. Serra afirmou que 200 policiais permanecerão no local. Vários detidos foram retirados em maca após passar mal. Alguns foram atendidos nas unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e outros, encaminhados a hospitalização.

Para identificação de envolvidos, foram levados ao ginásio equipamentos com as imagens do protesto em que foram depredadas dependências da Câmara hoje (6). O ato deixou 26 pessoas feridas, de acordo com a assessoria de imprensa da Casa.

Segundo o comandante, pessoas de quem se comprovar menor grau de envolvimento na depredação responderão a um termo circunstanciado – medida judicial para crimes de menor poder ofensivo.

O comerciante Alcides de Jesus Santos esteve no local buscando notícias de seu irmão Francisco, que, segundo ele, foi preso por engano. Alcides Santos falou que o irmão é gesseiro e não tem nenhuma ligação como o MLST. Francisco Santos estaria no Congresso apenas observando a manifestação.

Há pouco, uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal esteve visitando os detidos. Segundo um de seus integrantes, o advogado Olavo Viana, a comissão não constatou irregularidades e apenas pediu que fosse providenciada alimentação para as pessoas, que estariam sem comida desde o momento da detenção.