Fiscalização, crédito e crescimento de exportações geram aumento do emprego formal, diz pesquisador

06/06/2006 - 15h53

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O emprego formal no Brasil já ultrapassa o informal. Em abril, o grau de formalização do mercado de trabalho já era de 54%, de acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA). Em 2003 esse percentual foi de 50%.

Três principais fatores explicam essa mudança na estrutura do mercado de trabalho, segundo com o pesquisador do IPEA, José Celso Cardoso. Um deles é a aumento das exportações ocorrido a partir de 1999. As exportações aumentaram em setores como indústria e agroindústria. São setores que, segundo ele, geralmente contratam com carteira assinada.

O aumento da demanda interna provocada pela expansão do crédito pessoal e empresarial e o reforço da fiscalização do Ministério do Trabalho completam o quadro responsável pelo crescimento do emprego formal, de acordo com o pesquisador. Segundo o assessor especial do ministro do Trabalho, Rogério Nagamini, o volume de crédito disponível em 2003 representava 24% do Produto Interno Bruto (PIB) e hoje chega a 30% do PIB.

O pesquisador do IPEA observa que as regiões Centro-Oeste, Norte e Sul tiveram crescimento da formalização, mas por outro lado, a região Sudeste, onde se concentra a maior parte da população ocupada, não teve um desempenho tão positivo. Segundo ele, uma hipótese para explicar esse resultado é que esteja ocorrendo uma descentralização das atividades industriais das regiões metropolitanas para o interior do país.

Além de garantir aos empregados direitos trabalhistas, o aumento do emprego formal reflete de forma positiva na arrecadação da previdência. "Tem um aumento da arrecadação previdenciária por conta do aumento dos vínculos contributivos", afirma Cardoso.

A tendência é que, com a perspectiva de um crescimento econômico superior ao do ano passado, o aumento do emprego formal se mantenha em 2006, afirma.

Rogério Nagamini estima que em 2006 sejam criados 1,4 milhão de postos de trabalho com carteira. Em 2005 foram 1,2 milhão de empregos.