Adolescentes propõem criação de Conferência Lúdica

15/12/2005 - 21h31

Michèlle Canes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A proposta de criação de uma Conferência Lúdica foi apresentada durante os dias de debate dos grupos em que se dividiram os participantes da 6ª Conferência Nacional do Direito da Criança e do Adolescente, encerrada hoje. A Conferência Lúdica seria realizada antes da versão nacional, para que jovens de todos os estados pudessem se encontrar, discutir e também decidir o que pode ser tratado no evento nacional.

"É uma conferência de verdade, mas com uma pedagogia voltada para nós e feita por nós", explicou Rafael Lira, representante do Fórum Estadual de São Paulo.

Durante o encerramento da sexta edição da Conferência Nacional, outro jovem, Jhony Abreu, que fazia parte da mesa, voltou a falar da Conferência Lúdica. Para o representante do estado do Amazonas, a programação da Conferência Nacional deve se adequar para uma maior participação dos adolescentes.

Ele defendeu que os adolescentes devem ter um espaço para poder pautar o que deve ou não ser discutido e que a presença da delegação jovem não deve ser feita apenas nas mesas de debate. "A gente tem que estar presente em toda construção da conferência. Não é colocar a gente na mesa e falar que estamos participando", disse.

E José Fernando da Silva, presidente do Conanda (Conselho Nacional do Direito da Criança e do Adolescente) fez elogios à participação dos jovens. Disse que foi um erro não abrir espaço para eles desde a primeira edição do evento.

A 6ª Conferência do Direito da Criança e do Adolescente começou na segunda-feira, em Brasília. Cerca de 47 moções foram estabelecidas de acordo com os três sub-temas – participação social, diversidade e orçamento público. Porém, nenhuma delas foi votada em plenária durante o encontro, segundo informou a organização do fórum, mas devem constar em um documento final.

Os debates reuniram 955 delegados de todo o país e 1.128 pessoas, entre convidados e observadores.