Primeira usina do Nordeste prevê produzir 1,5 milhão de toneladas de aço a partir de 2009

15/12/2005 - 15h28

Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil

Fortaleza – Um golpe surdo de bate-estaca marcou oficialmente o início das obras de construção da Ceara Steel, primeira usina siderúrgica do Nordeste que deve entrar em funcionamento em 2009. Com um investimento total de U$ 754 milhões de dólares, a usina prevê produzir 1,5 milhão de toneladas de placas de aço para exportação.

Pouco antes da cerimônia no Terminal do Porto de Pecém, a 20 quilômetros de Fortaleza, o presidente da Dongkuk, sócia majoritária da usina, Sae-Joo-Chang, afirmou que o projeto – um antigo sonho dos cearenses – começou a se concretizar durante a viagem do presidente Lula à Coréia, em maio, quando foi assinado o protocolo entre as empresas e o governo do Ceará. Ele comentou ainda a satisfação da empresa de iniciar pelo Ceará suas atividades na América Latina.

Representando o governo federal, o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, disse que coube à ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, quando então ocupava a pasta de Minas e Energia, "viabilizar a garantia do fornecimento de energia elétrica através da Chesf [empresa do governo federal que possui o maior parque gerador de energia elétrica do país] e do gás natural pela Petrobrás". Segundo ele, "sem isso, não haveria como fazer uma usina siderúrgica no Ceará".

Ele também enfatizou o impacto econômico que a Ceara Steel deve provocar na economia. Disse que fará o Produto Interno Bruto (PIB) cearense crescer 5% e que isso se refletirá no Nordeste e no Brasil.

Durante a construção, as obras devem gerar 3,5 mil empregos diretos e, depois de pronta, a usina prevê empregar 1,6 mil pessoas. A maior parte da mão-de-obra está sendo qualificada em cursos de tecnologia na Universidade Federal do Ceará e em centros de ensino tecnológico de nível médio.

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Regis Dias, calcula que a Ceara Steel deve gerar 3 mil empregos indiretos ao atrair outros investimentos em atividades de apoio e de fornecimento de material para a usina.

A Ceara Steel será também a primeira na América Latina a operar segundo os padrões de preservação ambiental previstos pelo Protocolo de Quioto.