Para procurador-geral, globalização é aliada dos criminosos

09/12/2005 - 18h37

Érica Santana
Enviada especial

Vitória - A globalização contribui para o aumento do crime organizado e facilita a lavagem de dinheiro, afirmou hoje (9) o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, durante o 3º Encontro da Estratégia Nacional para o Combate à Lavagem de Dinheiro (Encla).

Segundo o procurador, as organizações criminosas "se aproveitam da abertura de fronteiras e das facilidades de trânsito entre os territórios de todos os Estados mundo afora para assegurar a circulação de bens e serviços postos na ilegalidade". Ele explica que a lavagem de dinheiro é, nesse caso, a principal ferramenta para transformar a riqueza de origem "escamoteada" no mercado regular. "É fundamental combater esse processo para combater a própria criminalidade organizada transnacional".

Souza reiterou que a cooperação entre os órgãos do governo que combatem crimes ao sistema financeiro e a conjugação de esforços é "a única forma de fazer frente à crescente ousadia e criatividade das organizações criminosas, que atuam em limites legais, burocráticos ou morais".
"O crime organizado só se combate com e meios e procedimentos complexos que se contraponham às táticas inteligentes que permitem disfarçar a origem torpe de sua riqueza."

Durante os três dias do 3º Encontro da Estratégia Nacional para o Combate à Lavagem de Dinheiro (Encla), serão discutidas formas de articular a ação dos órgãos públicos no combate à lavagem de dinheiro.