Ministérios querem que uma em cada quatro escolas distribua preservativos para alunos

09/12/2005 - 13h58

Keite Camacho e Priscilla Mazenotti
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - Os ministérios da Saúde e da Educação têm como meta para o próximo ano fazer com que 25% das escolas brasileiras distribuam preservativos aos seus alunos. A informação é do ministro da Educação, Fernando Haddad. Ele divulgou dados do Censo Escolar 2005 que, pela primeira vez, incluiu informações básicas sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e aids.

A pesquisa mostrou que, atualmente, 9% das escolas têm camisinhas para distribuição. Este ano foram seis milhões de unidades distribuídas – número quatro vezes superior ao do ano passado. "A idéia é fazer chegar a 25% das escolas a distribuição de preservativos já no ano que vem", explicou o ministro.

Os dois ministérios pretendem, também, aumentar a cobertura das ações de prevenção das DST/aids, avançar na distribuição de preservativos para alunos da rede privada de ensino, além de mobilizar jovens, professores e secretaria estaduais e municipais para a maior cobertura de escolas.

Os dados do Censo apontam que, das 97,6 mil escolas que com a prevenção de DST/aids, 45% fazem atividades semestrais com os alunos, 20% anuais e apenas 5,5% semanais. A maioria das escolas tem o professor como responsável pelas atividades relacionadas a DST/aids.

"As pesquisas revelam que quase a totalidade das escolas trata da sexualidade de alguma maneira em sala de aula. É importante registrar que os jovens estão usando mais preservativos e se protegendo mais", disse Haddad.

Para o diretor do Programa Nacional de DST e Aids do ministério da Saúde, Pedro Chequer, a idéia é se tenha sempre preservativos disponíveis nas escolas. A pesquisa mostrou, ainda, que drogas, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência são outros temas muito tratados nas escolas de ensino médio e fundamental do Brasil. Mais de 160 mil escolas participaram do Censo.