Professores universitários em greve reúnem-se amanhã com Ministério da Educação

10/10/2005 - 20h00

Érica Sato
Da Agência Brasil

São Paulo – Técnicos do Ministério da Educação se reunirão amanhã (11) com representantes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) para apresentar os dados e análises em que se baseou a última proposta de reajuste salarial feita pelo governo à categoria.

Os professores das universidades federais estão em greve por reajuste salarial e esperam, a partir desse encontro, elaborar uma nova contraproposta. "Nós queremos apresentar uma proposta, que não está totalmente fechada, garantindo a paridade entre ativos e aposentados, e a isonomia salarial entre os docentes das duas carreiras – a do magistério do ensino superior e a do magistério da educação média", afirmou o vice-presidente da Andes, Paulo Rizzo.

Em todo o país, professores de 32 universidades federais estão parados. Rizzo alertou para a possibilidade de haver prejuízos nos serviços prestados à população: "O atendimento pode ser prejudicado em locais onde há hospitais. Haverá impactos nos colégios de aplicação, na parte da educação básica, e em alguns serviços de processamento de dados, prestados por algumas universidades". Entretanto, ele ressalvou que em todos os lugares estão sendo adotadas formas de minimizar os prejuízos.

Na sexta-feira (7), durante audiência entre o Ministério e a Andes, o governo apenas manteve sua proposta anterior, de criar a classe do professor associado. "Seria uma nova classe no topo da carreira, para possibilitar a progressão de quem já está na carreira", explicou Rizzo, acrescentando que também foi oferecido reajuste de 50% nos chamados incentivos de titulação, "os incentivos para especialização, mestrado e doutorado".

Os professores rejeitaram a proposta, pois avaliaram que ela atende desigualmente aos professores. "Uma porção de professores vai ficar sem reajuste algum. E outro problema é que nós temos duas carreiras nas instituições federais: a do magistério, chamado magistério do primeiro e segundo graus, que são educação básica e técnica, e a do magistério superior. Quando a gente junta tudo, a proposta é mais desigual ainda", disse Rizzo.

Para o dia 19 está marcada uma nova reunião entre o governo e os professores, em Brasília.