Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio – A decisão da Petrobras de fazer a plataforma Petrobras-51 no Brasil "está nos propiciando a grande virada", avalia Jaime Cardoso, presidente da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep). Criada em 1975 para dar suporte à construção das oito usinas nucleares previstas no acordo Brasil-Alemanha, a Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep) vinha operando com apenas 20% de sua capacidade.
"Muitos incrédulos diziam que o Brasil não teria condições de fazer este casco (o da plataforma P-51) no Brasil, e a Nuclep está provando que é", diz Jaime. "Nossos trabalhadores e engenheiros tem capacidade e condições de competição internacional".
Segundo Cardoso, o contrato envolvendo a Nuclep foi feito diretamente com a Keppels Fels, de Cingapura, e envolve cerca de US$ 31 milhões. Este contrato, feito em dólar, está sendo renegociado em função da defasagem cambial existente hoje. Para o presidente da Nuclep, porém, mais importante do que o contrato em si é o leque que está sendo aberto para o futuro.
"A obra não é uma conquista em si. Pelo contrário, ela abre espaço para que, no futuro, a construção de novas plataformas possa ser feita no país - inclusive aumentando o escopo, a participação da indústria nacional na construção destas plataformas". Segundo ele, "vem por aí a Petrobras 55 (P-55), uma unidade similar à P-51, e que nós temos certeza que, se sairmos bem do atual contrato, a Petrobras e o governo Lula vão abrir todas as possibilidades para que a Nuclep venha a construir também mais este casco".