Serra da Capivara tem 940 sítios arqueológicos

08/10/2005 - 17h54

Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Parque Nacional da Serra da Capivara, sudeste do Piauí, possui 940 sítios arqueológicos, com 526 pinturas rupestres. Segundo a arqueóloga Niède Guidon, o local tem potencial de se transformar em um grande centro turístico internacional para receber 3 milhões de turistas por ano. "Temos aqui os melhores laboratórios de arqueologia da América do Sul e temos o museu que é considerado o melhor museu de arqueologia das Américas", disse ela.

Ela explicou que já existe um projeto para transformar o local em um centro turístico. Empresários internacionais já estão interessados no local, segundo Guidon. Mas ela reclama da falta de investimentos do governo na região. "Não temos o movimento previsto porque não há aeroporto, as estradas são uma calamidade, é dificílimo chegar até aqui. Mas ainda assim, estamos trazendo para cá uma quantidade de pessoa", aponta.

Guidon afirma que o turismo no local seria essencial para o desenvolvimento social na região, porque "distribui verbas para toda a camada social". Ela diz que atualmente a fundação emprega 210 pessoas no Parque Nacional e no museu.

"Já chegamos a ter 270 funcionários. Precisaríamos 700 para que tudo funcionasse bem", explica. "É uma maneira de fazer com que a pesquisa contribua ao desenvolvimento sustentável do país. Temos trabalhado para que esse parque possa acabar com a miséria na região."

Niède Guidon ganhou notabilidade, em 1991, pela descoberta, em São Raimundo Nonato (PI), de artefatos de pedra lascada que comprovariam a presença de culturas pré-colombianas no Brasil há 25 mil anos.

A arqueóloga foi uma das 52 mulheres brasileiras indicadas no projeto 1000 Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz. Ela nasceu em 1933, em Jaú, interior de São Paulo. Graduou-se em História e, em 1998, aposentou-se como mestre de conferências da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris. Começou a realizar pesquisas na região do Sudeste do Piauí enquanto era professora na França.