Nota dos Correios contesta existência de irregularidades apontadas pela CGU

05/08/2005 - 20h23

Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Nota técnica divulgada hoje (5) pela assessoria de comunicação dos Correios contesta a existência das irregularidades apontadas por relatórios parciais de auditorias determinadas pela Controladoria-Geral da União (CGU). "De modo geral, os pontos abordados pelas Notas de Auditoria, em todos os seus aspectos técnicos, administrativos e jurídicos, foram devidamente esclarecidos, não restando dúvidas sobre a legalidade, oportunidade e correção dos procedimentos praticados", afirma a nota. E acrescenta: "De qualquer sorte, a ECT aguarda a conclusão dos Relatórios Parciais da CGU para a adoção de eventuais medidas que sejam pertinentes aos temas em apreciação."

As auditorias da CGU nos Correios começaram no dia 18 de maio, por determinação do controlador-Geral da União, Waldir Pires, baseadas em matérias publicadas na imprensa com denúncias de courrpção. No início de julho, a CGU concluiu os três primeiros relatórios parciais de auditoria apontando irregularidades nos setores de aquisição de medicamentos, compra de impressoras portáteis e na área de correio noturno. Essas irregularidades, de acordo com a CGU, causaram prejuízos de pelo menos R$ 54,6 milhões aos cofres públicos.

De acordo com o subcontrolador-geral da União, Jorge Hage, também foram encontradas irregularidades nos processos de contratação de serviços de manutenção em informática, locação de laptops, compra de tênis para carteiros, aquisição de cofres para as agências, contratação de obras na regional dos Correios em Santa Catarina e no Centro Cultural dos Correios.

Em todos esses casos, a CGU já pediu explicações aos Correios, mas de acordo com o subcontrolador-geral da União, faltam respostas aos relatórios sobre a compra de tênis e locação de laptops. "A empresa pediu para entregar esses documentos no próximo dia 12. Eles alegam que além das dificuldades naturais, a empresa está submetida a um conjunto de demandas de diversos órgãos. Essa superposição tornaria necessário prazos maiores", contou Hage.

O subcontrolador explicou que as auditorias identificaram padrões diferenciados de irregularidades, que incluem direcionamento de licitações, falta de estudos necessários à contratação e reajustes contratuais indevidos. "Na próxima semana, teremos uma boa quantidade de relatórios de auditoria finalizados. Esses relatórios serão entregues à CPI [Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios], ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, para providências adequadas a cada órgão", previu Hage.