Para professora, educação sexual e acesso a informação evitam mortes maternas

03/08/2005 - 23h35

Brasília - Contrários ao aborto, a deputada federal Angela Guadagnin (PT-SP) e o bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Antônio Augusto Dias Duarte, defenderam no programa Diálogo Brasil, exibido em rede pública de televisão, a disseminação da educação sexual e universalização do acesso ao pré-natal, como forma de evitar mortes por interrupção da gravidez.

O programa discutiu nesta noite o anteprojeto de lei que permite a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação e reuniu ainda, no estúdio da TV Nacional, a professora de Antropologia Lia Zanotta, da Universidade de Brasília, e a coordenadora da organização não-governamental Católicas pelo Direito de Decidir, Maria José Rosado, que participou no estúdio da TV Cultura, em São Paulo.

Na opinião da coordenadora, as mulheres devem ter controle sobre a natalidade e a descriminalização do aborto é "uma questão de justiça social, porque a segurança da interrupção da gravidez ainda é determinada pelo poder aquisitivo das mulheres". Ela acrescentou que "mulheres são seres que devem ter seus direitos respeitados" e que "biologia não é destino da mulher".

Já o bispo Antônio Augusto Dias Duarte, no estúdio da TVE Brasil, lembrou que o direito reprodutivo também é do homem e que a "formação da sexualidade é também a formação do verdadeiro relacionamento sexual entre um homem e uma mulher".