Servidores do INSS ficaram em greve 400 dias nos últimos 10 anos, diz ministro

03/08/2005 - 19h46

Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Previdência, Nélson Machado, afirma que o fim da greve dos servidores do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) é essencial para moralizar o órgão. "Informações indicam que, nos últimos dez anos, os funcionários ficaram 400 dias de greve. Precisamos ter a clareza de que não é possível ter uma greve a cada ano. Também é necessário que se coloque já como será a situação no ano que vem", diz.

A paralisação da Previdência já dura mais de dois meses. Ao longo deste período, algumas propostas foram apresentadas pelo governo. Mas todas foram refutadas. "No último contato que tive com lideranças grevistas, pedi propostas intermediárias para reabrir negociações com o ministério do planejamento", conta o ministro.

De acordo com Machado, o impasse ocorreu por divergências em relação à gratificação de desempenho. O governo quer conceder a bonificação segundo critérios de produtividade. Já os grevistas querem o repasse igual para todos os servidores.

Nélson Machado afirma que procurou a Ouvidora do ministério para identificar quais as principais reclamações sobre o órgão. "Existem décadas de reclamações, principalmente relacionadas ao atendimento. Temos que mudar esta situação já", argumenta.

O ministro Nélson Machado participou hoje (03) da cerimônia de transmissão de cargo do presidente do INSS, Valdir Moysés. Nos discursos, ambos afirmaram que a principal meta desta gestão é reduzir filas e melhorar o atendimento.