Lula assiste a queima de fogos em verde e amarelo na Torre Eiffel

14/07/2005 - 20h20

Carolina Pimentel
Enviada especial

Paris - As cores verde e amarelo dominaram a queima de fogos de artifício realizada na Torre Eiffel, o mais famoso ponto turistico de Paris, em comemoração à Data Nacional Francesa. A palavra Brasil foi escrita em luzes na base da Torre.

Durante pouco mais de meia hora de show pirotécnico, as cores da bandeira brasileira se misturaram ao branco, vermelho e azul da França e emocionaram a multidão que assistia nos arredores da Torre. A trilha sonora do espetáculo também teve tom brasileiro: começou com a música "É", interpretada por Gonzaguinha ("A gente quer viver todo respeito/A gente quer é ser um cidadao/A gente quer viver uma nação"), e seguiu "Garota de Ipanema" e canções de Lenine e Gilberto Gil.

De uma arquibancada especial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou o show ao lado do prefeito de Paris, Bertrand Delanoe, da primeira-dama Marisa Letícia e dos ministros que integram a comitiva brasileira.

Ao final, Lula definiu o espetáculo como "um momento de extraordinária emoção para o Brasil". Para o ministro da Cultura, Gilberto Gil, o show foi um resultado da "força das culturas".

Durante a recepção nos jardins do Palácio De l'Elysée, sede do governo francês, o Brasil também esteve presente: foram servidos para os convidados churrasco, caipirinha e guaraná.

Apesar do bom resultado, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Marcus Vinicius Pratini de Moraes, reclamou das altas tarifas cobradas sobre o produto brasileiro, que chega em média a 176% do seu valor: "Nós somos o maior exportador de carne do mundo. Somos o maior supridor de carne na Europa. Nós não podemos ficar esperando mais. Com esses níveis de tarifa, ficará impossível ser exportador de carne". Ele acrescentou que "não há produto europeu que chegue ao Brasil com tarifa de 30% ou 35%".

A estimative da Abiec era servir 3 mil caipirinhas, uma tonelada de carne e mil latinhas de refrigerante. Questionado sobre o protecionismo dos europeus no setor de carne, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que tanto os consumidores brasileiros quanto os europeus querem ter fácil acesso à carne brasileira, "que é de qualidade, e o Brasil está negociando com a União Européia para superar esse obstáculo – cada vez que se faz um churrasco, as pessoas provam da carne brasileira e fica mais óbvio".