Gabriela Guerreiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse considerar muito importante para a base aliada do governo o retorno do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, à Câmara dos Deputados. Chinaglia ressaltou, no entanto, que o ministro vai desfalcar o primeiro escalão do governo. "Não deve ter sido uma decisão fácil, mas eu creio que foi acertada. Ele vai fazer falta ao governo, mas vai nos ajudar no Congresso Nacional".
Na opinião do líder, o ministro vai poder provar que não tem nenhum envolvimento com o suposto esquema de corrupção nos Correios e do pagamento do chamado "mensalão" a parlamentares do PP e PL. "O deputado Roberto Jefferson tem um ódio especial por ele, mas não provou nada e vai responder duramente por isso", enfatizou.
Chinaglia também disse não acreditar que a saída de Dirceu do grupo de ministros que mantém diálogo com a base aliada no Congresso facilitará as conversações entre os parlamentares e o governo federal. "O José Dirceu nunca foi obstáculo com a base, e fará falta. Mas essa relação não depende da saída do ministro", disse.
Para o líder da minoria na Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), o retorno do ministro José Dirceu não vai paralisar as investigações no Congresso. "Vamos continuar de olho nas CPI dos Correios. O governo vai ter fôlego, mas é preciso que se investigue todas as irregularidades", defendeu. A sociedade brasileira, segundo o líder, não vai deixar que a base aliada conduza as investigações de forma imparcial. "Ninguém quer colocar embaixo do tapete verde (o da Câmara) a sujeira da Casa", enfatizou.