Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em depoimento prestado à Polícia Federal, o advogado Joel Santos Filho afirmou que conheceu o militar da reserva da Marinha, Arlindo Gerardo Molina, em um churrasco na casa do empresário brasiliense Arthur Washeck Neto, um dos donos da Comam Comercial Alvorada de Manufaturados Ltda. Segundo Joel, Arthur o contratou por R$ 5 mil para fazer a gravação que revelou um suposto esquema de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
O advogado disse que os três tiveram um segundo encontro, no Rio de Janeiro, para tratar das recentes denúncias divulgadas pela imprensa. De acordo com o delegado da Polícia Federal, Luiz Flávio Zampronha, Joel disse que Molina teria ido, juntamente com um assessor de um parlamentar, ao gabinete do presidente do PTB, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O Procurador da República, Bruno Acioli, afirmou que Jefferson disse, em depoimento, que Molina o teria procurado em seu gabinete para falar sobre a filmagem e sobre negócios nos Correios.
O advogado de Roberto Jefferson entrou em contato com o delegado Luiz Flávio Zampronha e afirmou que o deputado só vai prestar depoimento à Polícia Federal depois que ele falar à Comissão de Ética e à Comissão de Sindicância da Câmara dos Deputados - o que deve acontecer na próxima terça-feira (14).
Segundo o procurador Bruno Acioli, alguns dos envolvidos – Molina, o ex-integrante do Serviço Nacional de Informação, José Fortuna Neves, e o próprio Joel - terão o pedido de prisão temporária renovado. "Temos que fazer acareação e conferir o padrão de voz de Joel para confirmar se era ele mesmo que estava na gravação", afirmou o procurador.