Dirceu diz que governo não vai se envolver com decisão sobre CPMI

22/05/2005 - 13h00

Liésio Pereira e Rodrigo Savazoni
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Casa Civil, José Dirceu, disse ontem (21), durante reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), que "o governo não vai se envolver nesta questão da CPMI. Este é um problema dos partidos no Congresso".

Segundo ele, cabe aos partidos da base do governo decidir sobre a necessidade de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar as denúncias de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).

"Os partidos têm que decidir sobre qual o caráter dela (da CMPI), qual o objetivo dela e se realiza CPI ou não". Dirceu destacou que "nunca se combateu no país a lavagem de dinheiro como se combate hoje, o narcotráfico e o crime organizado".

Segundo o ministro, há intenções eleitorais para a instalação da CPMI. "Não se trata de fazer CPMI sobre os Correios. O que se trata é de fazer, antes da hora, a disputa sobre o governo", afirmou.

Dirceu também disse estar "profundamente indignado, perplexo" com uma matéria veiculada pela revista Veja desta semana. O artigo afirma que o governo estaria se mobilizando para barrar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as denúncias de corrupção e diz ainda que a possibilidade de sua instalação provocou "um clima de pânico".

A matéria da revista também atribui a Dirceu uma frase que o ministro nega ter dito. De acordo com nota divulgada ontem pela assessoria de imprensa da Casa Civil, a frase na qual Dirceu supostamente faz referência ao tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, Delúbio Soares, e ao Secretário do Partido, Silvio Pereira, é falsa.

"O ministro José Dirceu não fez qualquer declaração mencionando dirigentes do PT. A suposta frase é uma tentativa de colocar a opinião pública contra o PT e o governo, que, aliás, prontamente tomou todas as providências para apurar denúncias veiculadas na semana passada, inclusive com o afastamento dos envolvidos", diz a nota da Casa Civil.