Para Ottomar Pinto, homologação de reserva cria ''apartheid às avessas''

26/04/2005 - 23h54

Brasília, 26/4/2005 (Agência Brasil - ABr) - O governador de Roraima, Ottomar de Souza Pinto, disse hoje que, ao homologar a reserva indígena Raposa Serra do Sol de forma contínua, o governo federal criou um "apartheid às avessas". Segundo ele, os próprios índios afirmam que a homologação, da forma como foi feita, vai isolá-los socialmente da comunidade não-índia do estado.

Ottomar Pinto explicou que é contra o ato do governo, decretado no último dia 15, porque prejudica o setor arrozeiro e, por conseqüência, a economia da região. "Foi uma decisão esdrúxula. Anunciaram que vão retira os arrozeiros em um ano e indenizá-los, e se eu entendo bem o meu país, duvido muito que esse pagamento saia até o fim de meus dias", disse.

Sobre a tensão causada pelo seqüestro de quatro policiais federais em Roraima, pelos índios, informou que o governo estadual vai dar suporte na tentativa de resolver o impasse.

O governador de Roraima quer que a União conceda 4 milhões hectares de terra ao estado e exclua da área indígena homologada três vilas urbanas localizadas ao redor da sede do município de Uiramutã e o chamado Polígono dos Arrozais, no extremo sul da Raposa Serra do Sol.

O decreto presidencial garante uma área de 1,7 milhão de hectares para os índios e exclui da reserva a região onde está localizado o 6º Pelotão Especial de Fronteira, em Uiramutã; os equipamentos e instalações públicas federais e estaduais atualmente existentes; as linhas de transmissão de energia elétrica; e os leitos das rodovias públicas federais e estaduais.