Governo quer votar reforma tributária na Câmara com base no texto aprovado pelo Senado, diz líder

27/04/2005 - 0h21

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O governo pretende ter como base para a votação da proposta de reforma tributária, na Câmara, o texto aprovado pelo Senado em dezembro de 2003. A informação é do líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). "O governo avalia que é melhor trabalharmos a partir do texto do Senado, visto que se produziu um acordo com a participação dos governadores, mas é claro que a Câmara tem o seu antagonismo", afirmou o deputado, que participou hoje de reunião de líderes e integrantes do governo no Palácio do Planalto.

De acordo com o líder do PSB na Câmara, deputado Renato Casagrande (PSB-
ES), o esforço principal do governo é votar a reforma por inteiro, sem o chamado "fatiamento" das matérias. "Se votarmos apenas uma parte, corremos o risco de não votar mais nada", disse. O "fatiamento" da votação da reforma, acrescentou, seria uma derrota para o governo: "O maior prejuízo é a derrota política e o maior prejuízo também é nós estarmos adiando a votação final da reforma."

Dez medidas provisórias trancam a pauta da Câmara, impedindo que as matérias da reforma tributária sejam colocadas em votação. Segundo Casagrande, no entanto, o impedimento da votação permite ao governo ganhar tempo para buscar um acordo entre a base aliada e a oposição. "Essas MPs estão sendo um instrumento para que a gente possa chegar a um consenso nessa pauta e votar com tranqüilidade a reforma tributária", disse.