CNI elabora mapa industrial para tornar país competitivo no mercado global

26/04/2005 - 17h22

Lana Cristina e Marcela Rebelo
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - A indústria nacional quer se tornar competitiva no mercado global e, para isso, desenvolveu um mapa que mostrará o caminho de como chegar ao seu objetivo. Numa demonstração de que os empresários, atualmente, falam a mesma língua e buscam o mesmo fim, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou hoje (26) o Mapa Estratégico da Indústria 2007-2015. O documento foi elaborado com a participação de 86 entidades, ao longo de seis meses, e traz as prioridades estratégicas para impulsionar o setor.

O Mapa teve como base um modelo de gestão utilizado hoje por 80 das 500 maiores empresas brasileiras, chamado de Balanced Scorecard (BSC). O modelo identifica os programas estratégicos das organizações, estabelece metas e traduz uma visão de futuro. A partir de agora, com esse estudo, a CNI quer que todas as indústrias do país sigam esse modelo. O objetivo é orientar não só o setor industrial, mas também o próprio governo e a sociedade ao fornecer indicadores de desenvolvimento.

O levantamento compara a situação nacional com a de países em desenvolvimento como a China, Índia e Coréia do Sul, e aponta metas a serem alcançadas nos próximos 10 anos. São indicadores econômicos e sociais tais como expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), crescimento do PIB na indústria, produtividade, taxa de desemprego, acesso e disponibilidade de crédito, taxas bancárias e de juros, peso carga tributária, domicílios com rede de esgoto e acesso à Internet, e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), entre outros.

Para o presidente da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústria de Base (Abdib), Paulo Godoy, os empresários estão assumindo um compromisso com a Nação brasileira. Ele diz que as metas propostas no mapa coincidem com o trabalho desenvolvido pelo governo chamado Brasil em Três Tempos. "Os objetivos ali contidos (no documento Brasil em Três Tempos) não estão muito longe dos números expostos no mapa e daqueles objetivos que pretendemos atingir. O que falta é um grande esforço nacional de mobilização para que as coisas venham a acontecer", disse.

O presidente da CNI, Armando Monteiro, reconhece que a indústria também é responsável pelo crescimento do país. Mas critica o desempenho da economia brasileira nos últimos 20 anos. "Crescemos menos do que podemos e necessitamos. Os próximos 10 anos poderão ser diferentes", afirmou.